categoria:: Japão
Obrigado Japão

crcode.gif Tatuar um simples código de barras já virou coisa de terceiro mundo. O futuro lo-tech de códigos 2D está em um sistema que pode armazenar muito mais informação e ainda por cima é mais bonito.

Criado em 1994 pela Denso, o QR Code (QR de "resposta rápida") é usado há anos no Japão para o gerenciamente de estoque e controle de peças na indústria automobilística. Desde que foi incorporado aos telefones celulares, o sistema tem ganho muitos adeptos entre usuários finais, que estão usando o código para transferir informações do dia-a-dia.

Basta tirar uma foto pra que o celular interprete a imagem e copie endereços, pequenas notas e até mesmo arquivos comprimidos nos míseros pixels (o tamanho pode variar de 21x21 a 105x105, armazenando até 2,953 bytes de informação). O recurso tem sido usado para informar URLs e e-mails nas revistas nipônicas, além de ser adicionado em cartões de visita, carimbos, e até em blogs.

crcode-link.gifPor exemplo, se alguém tiver um telefone que reconheça QR Code, pode simplesmente fotografar a imagem ao lado pra armazenar ou compartilhar o link deste post com outras pessoas.

Não sei o que é mais bizarro: o código em si, o blog escrito em QR Code, ou as instruções para codificar uma mensagem de amor em uma barra de chocolate.

Realmente os japoneses são a alegria do novo milênio.


Links:
- Ferramenta online pra criar QR Code
- Página da Denso sobre o QR Code

categoria:: gastronomia
Receitas para encarar o inverno

Diziam hoje cedo que entramos na época áurea dos chavões. "Que friozinho ehim" ocupando as conversas logo no início da manhã ali ali com o "bom pra ficar na cama" e "um vinho tinto ia tri bem". Como tudo que eu tenho a dizer nessas horas é que venha logo o inverno, começo hoje uma série de receitas e misturas simples para encarar o frio. Notem que quando eu digo simples significa no máximo precisar aquecer, misturar ou cortar alguma coisa pela metade.

Para preparar o feijão com carne é preciso dois ingredientes básicos: feijão e pimenta. Carne picada e queijo ralado são secundários, mas não deixam de ser altamente recomendados. Como para o bem deste post a receita deve ser de preparo rápido, é necessário que todos esses ingredientes já estejam prontos há pelo menos dois dias. Dois dias, não menos.

Pegue um pote fundo (uma caneca também serve) e encha até a metade com feijão e carne em proporções agradáveis ao olhar. Adicione o queijo ralado de modo a formar uma fina camada por cima de tudo e misture até que ele não seja mais distinguível entre os outros ingredientes. Despeje a pimenta em quantidades bem maiores que o usual e continue mexendo até que tudo pareça estar pronto.

Acompanhando meia garrafa de vinho tinto, coma e chore.

categoria:: fotografia
Calliope

parque.jpg

Tenho uma fixação por músicas circenses e trilhas de parques de diversão. O clima sombrio, o carrossel girando em câmera lenta, gargalhadas ao fundo e um bigodudo de capa chamando todos pra assistir a mulher barbada. Enfim, aquela coisa toda. Quem sabe fotos de um parque abandonado no Japão pra completar o passeio?

via We Make Money Not Art

categoria:: mundo corporativo
Folga, feriado e descanso?

Desde terça-feira tenho trabalhado loucamente, bebido além da conta, e passado míseras horas na cama antes do roncar do despertador. O som abissal ao lado do travesseiro chega a doer enquanto rolo de um lado a outro tentando ignorar qualquer compromisso matutino. Se na semana passada eu comentava com amigos que o piloto automático estava ligado no nível máximo, os últimos dias têm sido muito pior.

Enquanto isso fico ouvindo Shivaree a todo volume, eventualemente liberando um dos ouvidos pra aguentar pessoas que têm MBA falando balbúrdias ao telefone. Preciso andar mais de bicicleta, pois o mundo corporativo tem me deixado cansado. Cansado demais.

Não reparem a ausência, daqui a pouco volto.

Well goodnight moon
I want the sun
If it’s not here soon
I might be done
No it won’t be too soon ’til I say
Goodnight moon

categoria:: foreign affairs
ROMANI ITE DOMUM

Annuntio vobis gaudium magnum. Habemus Papam. Reverendissimum Patrem Josephinum Ratzinger.

Latim é massa, e o melhor é que sempre me lembra de uma cena do Vida de Brian, do Monthy Python. Graham Chapman, no papel de Brian, está pichando num muro os dizeres "Romanos, vão embora" quando é abordado por um centurião enfurecido que lhe dá uma lição de gramática.

Brian is writing a slogan on a wall, oblivious to the Roman patrol approaching from behind. The slogan is "ROMANES EUNT DOMUS".

Centurion: What's this thing? "ROMANES EUNT DOMUS"? "People called Romanes they go the house?"

Brian: It... it says "Romans go home".

Centurion: No it doesn't. What's Latin for "Roman"?

Brian hesitates

Centurion: Come on, come on!

Brian: (uncertain) "ROMANUS".

Centurion: Goes like?

Brian: "-ANUS".

Centurion: Vocative plural of "-ANUS" is?

Brian: "-ANI".

Centurion: (takes paintbrush from Brian and paints over) "RO-MA-NI". "EUNT"? What is "EUNT"?

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categoria:: design
Querendo acabar com a concorrência?

E não é que a Adobe comprou a Macromedia. Não consigo ver muito futuro pra produtos como o Freehand ou o Fireworks, que certamente vão ser deixados de lado em favor do Illustrator e do Photoshop. No máximo os recursos de um incorporados nos outros.

Para os fiéis usuários do Freehand (e eu sei quem vocês são), vale lembrar que essa não é a primeira vez que o programa será "abandonado". Quando a Adobe comprou a Aldus em 1994, a empresa foi obrigada a abdicar do Aldus Freehand em razão das leis anti-trust nos Estados Unidos. O programa chegou a ficar orfão por alguns meses até que a Macromedia incorporou o produto ao comprar a Altsys, fabricante original do Freehand que havia garantido os direitos sobre o mesmo depois que a Aldus foi pro saco.

Flash, Dreamweaver e Cold Fusion? Podem ter certeza que vão seguir vivos com um Adobe na frente de tudo. Imaginem o que vai virar o Creative Suite depois dessa.

Hmmm, cinco vezes mais caro.

categoria:: Porto Alegre
Barba, Cabelo e Bigode

Este mês resolvi abdicar das modernidades e ir atrás da tradição no corte da mufa. Após uma rápida passada pela Rua da Ladeira, Salão Fígaro, em letras capituladas, me pareceu a melhor opção. "Ih, essa aí ta no interior. Nem imagina o que eu fiz aqui no final de semana," falava um senhor com o rosto coberto de sabão quando entrei na barbearia, o cheiro de talco e loção pós-barba preenchendo o pequeno ambiente.

Seu Eugênio indicou a cadeira tão logo dei dois passos. Com uma chave de fenda amarela ajustava a lâmina de um barbeador elétrico. "Se ela não estiver no centro da peça não corta nada", disse com 60 anos na profissão. Doze o cabelo, mais sete pela barba - bem melhor do que eu andava pagando aqui nos arredores de casa.

Despistando entre um comentário sobre o jogo e outro, tentei descobrir mais coisas sobre o lugar. "O Quinze perdeu por falta de experiência", dizia o senhor com a lâmina ao pescoço, eu cauteloso por não saber a que time demonstrar afeição. Trabalhava no Fígaro há 40 anos, o salão tem 65. Das barbas que passaram por ali, pensava em épocas em que eu estaria cortando assim para conquistar as garotas da Rua da Praia:

moustache.jpg

Fiquei contente por ter descoberto o novo antro, mesmo depois do alegre comentário do Bruno que disse que haviam cortado meu cabelo com um GARFO. Ah, não existem mais garotas na Rua da Praia.

categoria:: jornalismo
It's the end of the world as we know it

Últimas notícias na capa do Terra:

# Amostras de vírus de gripe mortal desapareceram
# Papa alertou sobre "sombras" antes de morrer
# Mulher é devorada por seus cães na Argentina
# Acidente mata 8 pessoas na rodovia Belém-Brasília

Mandem subir algumas caixas de cerveja aqui pra redação porque o fim do mundo é AGORA.

categoria:: fotografia
Dissecando a imagem

nerve1.jpg

The Ascend erotica series I shot for Nerve was raw, documentarian, and basic. My fellow troublemakers and I invaded rooftops, setup a blanket and some music, and took pictures of what happened. But when I went to shoot the fashion story for Metropop inspired by the rooftop locations, I was faced with a different set of problems. Fashion requires clothes. Duh. No, it requires lots of clothes. That means a stylist. And makeup and hair stylists. And assistants. And lighting equipment, models, blah and etc. So it can quickly become a zoo. Bringing this zoo on location, at night, to quasi-illegal rooftop locations, with no budget, and tight time constraints is well near impossible.

Clayton James Cubitt disseca em seu blog o processo de criação do ensaio acima. Compondo digitalmente fotos de modelos em estúdio com locações nos telhados de Nova Iorque, o resultado é belíssimo e até natural (na medida que um editorial de moda consegue ser natural).

É preciso registro na Nerve pra acessar o conteúdo, mas vale a pena o contratempo. Dependendo do local de trabalho, definitivamente não é seguro.

categoria:: música
Baby, won't you please come home

Charles Warfield e Clarence Williams. Versão de Cab Calloway gravada em julho de 1935.

Baby, won't you please come home,
'Cause you've left your daddy all alone,
I have tried in vain,
Never no more to call your name.

Since you left, you broke your daddy's heart;
That will never make us part,
Every hour in the day,
You can hear me say,
"Oh, baby, baby, please come on home!
Come on home to your daddy, will you, darling, please!"

Since you left, you broke your daddy's heart;
That will never make us part,
Every hour in the day,
You can hear me say,
"Oh, baby, won't you please come home to your loving daddy,
Oh, baby won't you please come home!"

categoria:: Brasil
Ucho ucho ucho

Ainda bem que a mídia se acalmou, pois estava rolando um agenda-setting bizarro com a morte do Papa. Milhares que nunca tinham ouvido falar no nome do pontífice andavam com Karol Wotija pra todos os lados. Conversas que antes eram preenchidas com um simples "Fernandão um a zero de cabeça" já traziam mil especulações em torno do papado, último e próximo. Entre mensagens de apoio, pedidos de beatificação e missas na frente do Olímpico, só tenho uma coisa a dizer: Que não me venham com um Papa gaúcho.

O Brasil já tem problemas demais para comportar um pontífice local. Não basta a Daiane dos Santos e a campanha "sou brasileiro e não desisto nunca" pra causar comoção geral? Imaginem as massas saíndo na rua, chorando, e pedindo aos céus o fim da seca, da pobreza e uma fézinha no bicho. Isso sem falar nas manchetes.

Vejo o Diário Gaúcho saíndo com "A gente já sabia", em letras garrafais, tão logo surgisse a fumaça branca sobre o Vaticano. Também não faltariam "Papa come churrasco" ou "Pontífice confessa predileção pelo Inter", além de cadernos e mais cadernos contando a sua infância, uma senhora de Nova Friburgo que afirma ter sido o seu primeiro amor, e o escândalo da sobrinha do pontífice que sonha posar nua para a Playboy.

Simplesmente não funciona.

categoria:: tech & gizmos
É bicha velha ainda por cima

Meu mac tem seis anos de idade - no ritmo que as coisas andam no mundo tecnológico, praticamente um ancião. Disposto a dar uma sobrevida de pelo menos mais uns cinco, resolvi colocar um HD maior e aumentar a memória. Mas eis que tenho um problema: o bicho colorido é praticamente um metrossexual e só aceita peças de MARCA.

Como é impossível encontrar em Porto Alegre um pente de memória que não seja Hasta Siempre Paraguay, COMPRO: Memória SDRAM PC100 256MB ou 512MB que tenha nome e pedigree. Troco por um jacaré de pelúcia ou dois contra-vales do Beverly Hills II.

Homem de vidro

Eu já andava preocupado com o rápido avanço do projeto cadeira de rodas até os trinta, abraçado por vários colegas do mundo corporativo. Tendinite aguda aos vinte e quatro, aposentadoria prematura aos vinte e seis, rumo às rodinhas elétricas em pouquíssimo tempo.

Como não consigo suportar a idéia de frequentar uma academia, dessas de ginástica, com eixos rotativos, objetos que pesam mais que cinco quilos e pessoas saudáveis ouvindo Corona às sete da manhã, resolvi buscar outros meios pra matar a tão cultivada pança de cerveja.

Há mais de um mês eu já tinha me apropriado da bicicleta do meu pai, obviamente deixada ao lado da escrivaninha pra pegar pó. Pois ontem resolvi encará-la de vez e sair pra fazer o tal Caminho dos Parques. Ta certo que eu não fui muito além da sorveteria Jóia, mas não é isso que interessa, pois fiquei deveras impressionado com o mundo das pessoas que se EXERCITAM.

Mal andei duas quadras na Goethe e já fui recebido com sorrisos por duas garotas que corriam na minha direção. Blusa encharcada de suor, garrafa de água na mão e um radinho amarelo preso ao braço direito. Pouco adiante, ao fazer a curva da Vasco da Gama, troquei ligeiras palavras com um senhor que conduzia sua bicicleta a passos largos. Queria saber do jogo do Inter, e onde comer algo natural naqueles arredores. Passaram minutos e eu já estava defendendo a causa, acompanhando pai mãe e filho que xingavam o motorista de uma toyota. Havia invadido a faixa reservada aos ciclistas.

Hoje cedo pedalei meu novo meio de transporte até a Fabico, e assim que eu estudar ROTAS e locais para estacionar o veículo, farei o mesmo em minhas jornadas diárias ao centro. Só me resta calibrar os pneus e colocar baterias no farol que estará tudo feito.

categoria:: cinema
Nossa terra entre o azul e o cinza

Hero2.jpg
Em meio à planície semi-árida, um bosque de olmos serve de cenário para mais uma luta em Herói.

Debaixo de uma leve chuva do ano 221 antes de Cristo, dois guerreiros jogam Go na província chinesa de Qin. As peças de pedra são posicionadas no tabuleiro com a leveza e precisão da espada, cedendo territórios de um lado para conquistar outros nas casas adjacentes. Em um simples espaço de dezenove casas por dezenove casas, a concentração e a disciplina dos adversários são confrontadas ao toque do guquin, cinco cordas soando melancólicas sob os dedos de um ancião.

O preâmbulo da primeira cena de luta de Herói (Ying xiong, 2002), que chegou às telas brasileiras nesse mês, introduz o equilíbrio em uma simbologia presente durante todo o filme. Apesar do contraste, o balanço entre as cores; apesar da batalha, igualdade de forças; apesar da ruptura, a unificação dos territórios chineses diante de um único estandarte. Nossa terra.

A história se passa durante o Período dos Estados em Guerra, no século 3 a.c., quando um oficial sem nome (Jet Li) é chamado diante do monarca de Qin para contar como conseguiu derrotar, sozinho, os três maiores inimigos do reino. No estilo de Rashômon, do Akira Kurosawa, as batalhas são contadas em flashback e marcadas entre si por fortes variações de cor. Ao desenrolar da trama, azul, vermelho, verde e branco determinam mudanças de personalidade e de perspectiva, além de garantir ótimos elementos visuais.

A produção contou com um grosso orçamento de 30 milhões de dólares, o que permitiu o amplo uso de efeitos especiais, além de uma liberdade estética que faz com que Herói seja elevado ao mais alto patamar das artes. No que está sendo considerado um dos filmes mais belos da história do cinema, Yimou Zhang, que também dirigiu Lanternas Vermelhas (1991) e o recente Clã das Adagas Voadoras (2004), agracia seus espectadores aliando a leveza dos movimentos da luta com o esplendor de pitorescas paisagens do centro-leste chinês.

Ainda que muitos enxerguem a posição de unificação defendida por Herói como uma maneira de justificar os excessos do império, sinto que é no abandono da espada que se encontra a tônica do filme. Unificar para buscar a paz, e não para exercer o domínio, salienta ao confrontar o impressionante balé do espadachim com o mecânico e monstruoso avanço dos exércitos do rei. De toda forma, um filme digno de ser visto e apreciado na sua essência. A arte da simplicidade oriental, disposta em movimentos, cores e formas do equilíbrio.

categoria:: insanus
Parem já com isso

Não bastasse o calor de 38 graus que está fazendo hoje, o Parada resolveu juntar-se ao bolo e colocar o Samjaquimsatva no insanus.

Nenhum sentido. Lerei.

categoria:: rascunhos
A incrível máquina de fazer Woody Allens

Texto que eu deveria ter publicado aqui na semana passada, mas que vai com atraso mesmo só pra deixar registrado.

O mesmo escritor esquizofrênico, a mesma Nova Iorque, o mesmo Jazz, as mesmas angústias. Todos já sabem como vai ser o próximo filme do Woody Allen, afinal o diretor é movido exclusivamente por cópias de si mesmo. Não por estilo, nem por falta de criatividade, mas simplesmente porque ele opera a Incrível Máquina de Fazer Woody Allens.

Woody Allen, em recente entrevista concedida ao jornalista Osmar Freitas Jr., da revista Isto É, falou sobre seu novo filme, seleção de atores, processo criativo e a sua saída da DreamWorks. Woody Allen, em recente entrevista concedida ao jornalista Daniel Robert Epstein, do site Suicide Girls, falou sobre seu novo filme, seleção de atores, processo criativo e a sua saída da DreamWorks. O mesmo Woody Allen, em entrevista concedida ao jornalista Devin Farachi, e também a Edward Douglas, Wilson Morales e Cole Smithey, falou sobre seu novo filme, seleção de atores, processo criativo e a sua saída da DreamWorks.

Não bastassem os temas, usou as mesmas frases, na mesma ordem, e conduziu o repórter a fazer exatamente as mesmas perguntas. O diretor, de posse da sua Incrível Máquina, conseguiu fabricar seis entrevistas praticamente idênticas, publicadas em seis veículos diferentes, assinadas por seis jornalistas distintos.

Ninguém deve se espantar com isso, Woody Allen é desse jeito mesmo, ou assim tentam convencer aos desavisados aqueles que portaram seus nomes por extenso. Nem pensem em questionar esses jornalistas ou a maneira com que cada um conseguiu a sua "exclusiva"; a Máquina estava ali do lado, rodando a todo o vapor.

É em momento lúcido que os blogs brasileiros saem da sua adolescência e tentam raspar os últimos resquícios de ética em meio às engrenagens. A repercussão das entrevistas idênticas mostrou um forte potencial desses veículos, que deixam de ser diário e passam a fiscalizar e a ser, eles próprios, mídia.

Trilha Sonora

Mas que beleza caminhar da fabico até o centro ouvindo a NONA à todo volume, ajustando o passo ao som de piccolos e oboes. Wonders of a soundtracked life.

Prateleiras

vectorfields.jpgSeguindo a linha de "tópicos que eu deveria desenvolver caso fosse um blogueiro" (Savoldi, 2005), resolvo falar de algumas das minhas aquisições literárias que chegaram nessa semana. Na porta de casa, pois ultimamente tenho sido assíduo nas compras pela Amazon. Claro que não tem aquele fetiche de sair com uma pilha de livros novos debaixo do braço, mas de uns tempos pra cá o preço e a facilidade na entrega têm me levado a cometer tal heresia.

How We Became Posthuman: Virtual Bodies in Cybernetics, Literature, and Informatics (*), da Katherine Hayles, e Code: The Hidden Language of Computer Hardware and Software (*), do Charles Petzold, entram na prateleira pra contemplar um latente espírito übergeek.

Tive um rápido contato com o primeiro ao cursar a cadeira de cibercultura do Rüdiger. Disposto a fazer uma análise das noções de pós-humanismo presentes no anime Ghost in The Shell, encontrei na Katherine Hayles um bom contraponto à delírios cibernéticos como os de Hans Moravec.

No livro Mind Children: The Future of Robot and Human Intelligence, Moravec vislumbra um futuro em que possamos transferir nossas mentes para dentro da máquina e abandonar o corpo. "The rest is mere jelly", afirma.

Começando por Wiener, passando pela autopoiesis, e terminando nos estudos de vida artificial (a-life), Hayles usa preceitos de emergência para justificar uma mente corpórea (Varela), indissociável em informação e máquina.

Já o segundo surgiu por acaso enquanto eu vagava entre alguns livros ensinando a construir uma réplica de Apple I e outros explicando protocolos de rede. Em Code, Petzold vai fundo no hardware e disseca o funcionamento da MÁQUINA. Circuitos integrados, logic gates, processadores, assembly... Tenho muito medo, mas lerei com carinho. Ainda bem que a Vane aguenta esse meu lado geek, senão eu já seria chutado longe com um post desses.

Claro, isso tudo só depois que eu terminar o Moby Dick. Devorado à beira mar no feriado de Páscoa, mas deixado meio de lado na correria da semana. Como bem comentou o Delfim no post sobre chás do Bruno, aqui minhas influências também são do Jean-Luc Picard.

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A imagem é de Dan Yuan, um dos vencedores de um concurso Weird Fields, promovido pelo MIT, em que representações computadorizadas de campos vetoriais são geradas a partir de expressões matemáticas.

categoria:: jornalismo
Chega a ser bonito

Gonzo que nada, jornalismo literário de verdade é essa matéria do Invertia. Não consigo nem destacar trechos, os primeiros quatro parágrafos são excelentes por inteiro.

Brasil exporta bois vivos para abate muçulmano

Em meados de março, 9 mil cabeças de gado saíram do porto de Rio Grande (RS) com objetivo de cruzar o Atlântico e desembarcar em Beirute, no Líbano.

Apesar de a viagem estar acontecendo com todo conforto, em um navio preparado para transporte de animais vivos, dividido em baias para 40 bovinos, em sete diferentes andares, comida e água a vontade, o destino é o abate.

Tantas regalias são para que durante os 20 dias de viagem os animais não percam peso e estejam prontos para serem recebidos pelos frigoríficos do Oriente Médio.

A demanda por carne fresca dos consumidores locais e as rigorosas exigências religiosas cobradas pelos islâmicos está fazendo com que o Brasil amplie as negociações de animais vivos para abate no país de destino.

(...)

categoria:: insanus
Comam ele também

A partir de hoje, Daniel Galera passa a fazer parte da corja insanus com seu Rancho Carne (não, não é esse rancho carne). Se vai prestar alguma coisa não sei, mas pelo menos o layout ta bonito pracaralho.

Insanus em todos os lugares. Parte dois.

categoria:: música
Música na universidade

A estréia do Unimúsica 2005 acontece nessa quinta-feira, dia 7, com o choro do grupo Moderna Tradição. A apresentação traz de volta à Porto Alegre o pianista Benjamim Taubkin, que no ano passado esteve participando do projeto ao lado da cantora Mônica Salmasso.

O Unimúsica é promovido desde 1993 pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS, oferecendo shows e oficinas com grandes nomes da música popular brasileira. Neste ano, serão nove apresentações gratuitas, sempre às 19h, no Salão de Atos da universidade.

Em 2004, a série Piano e Voz do projeto promoveu algumas apresentações excelentes, trazendo músicos como José Miguel Wisnik, Wagner Tiso, Badi Assad e Egberto Gismonti, para citar alguns. A programação completa do Unimúsica 2005 pode ser vista no Agendão da UFRGS.

Se murió el Papa

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Alto escalão do Vaticano afirma não saber onde o papa se meteu.

Very Bad Karma

Hoje lá pelas duas e meia da manhã recebo a notícia via msn. 'Ô meu, o Bituca MORREU', gritava o Cardoso na telinha azul e bordô. Assim mesmo nessas palavras, com o característico CAPS no modo auto-fun.

Havia saído pra buscar o irmão e vira o ocorrido. Acidente lá pros lados da Glória, atropelamento, e o amigo ali estendido no chão, parado. Imediatamente liguei pro celular do Ruivo, que atendeu com uma voz trêmula, ainda estupefado pelo que acabara de acontecer. Tremi, falei em ir pro HPS, pensei em ligar pro Menezes, que mora ali do lado de casa. Enfim, ME CAGUEI COMPLETAMENTE.

Tudo isso para descobrir em seguida que era tudo mentira, farsa criada para a ocasião da virada de mês pelo próprio Bituca.

Bem que o Cardoso logo percebeu que juntar AMIGO e MORREU na mesma frase não deixa ninguém em risos engraçadinhos. Primeiro de Abril é coisa que só existe em revistinha da Turma da Mônica, meu pequeno gafanhoto.

categoria:: mondo bizarro
E agora voltamos com nossa programação normal

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foto de Mark Mattos, via Seth Godin