A agência de notícias Reuters recentemente abriu um escritório dentro do jogo SecondLife, mundo virtual que já conta com mais de 1 milhão de habitantes e uma economia que movimenta 500 mil dólares diários. Conversei com Adam Pasick, jornalista de mídia e tecnologia que está em Londres e será o correspondente da agência no SL sob o avatar de Adam Reuters.
O que a Reuters irá cobrir no Second Life? Vais participar de eventos virtuais ou o foco será as repercussões dessa virtualidade na vida real?
Como deves saber, estou concentrando em matérias de economia e negócios. E estou escrevendo para leitores que usam o SL, apesar que algumas matérias poderão ter um apelo mais geral.
Então não veremos Adam Reuters segurando uma câmera na frente de um palco virtual?
Não, provavelmente não.
Fazer jornalismo no SL é mais sutil que isso?
O trabalho de reportagem no SL é surprendentemente muito semelhante ao trabalho de reportagem no mundo real. Isto é, depois que tu passar, ou talvez abraçar, a estranheza disso tudo.
Quantas horas por dias estás no SL?
Umas 4.
O SL te coloca mais perto do usuário de tecnologia?
Sim. Uma das razões pelas quais estamos aqui é para estar exposto a um novo público, que é jovem e ligado às novas tecnologias.
Mesmo assim tu escreves sobre negócios. A medida que o SL expandir, achas que veremos uma cobertura que também se expande para os aspectos sociais da vida virtual?
Já existe muita cobertura boa. Veja New World Notes, 3pointD, The Metaverse Messenger e SL Business. O fato de que esses não são grupos de mídia do "mundo real" significa muito pouco.
Como que a cobertura do SL se difere do jornalismo de tecnologia tradicional?
É diferente pois tudo relacionado à economia do SL está pelos ares. Não há leis, poucos mercados, mas muita gente querendo fazer dinheiro. Mais ou menos como o Velho Oeste. Mas a forma de reportagem continua a mesma – encontre pessoas interessantes/influentes, converse com elas e corra atás das idéias.
Falastes de uma estranheza na reportagem virtual. Qual a grande dificuldade para o jornalismo no SL?
A coisa mais difícil como um repórter é o anonimato dos avatares – torna as pessoas menos confiáveis. Então sempre que possível procuro incluir nomes verdadeiros também.
Mas este não é justamente o atrativo do SL? As pessoas estão dispostas a revelar suas identidades?
Este é um dos atrativos do SL. E nem todo mundo está disposto a compartilhar suas informações da vida real, o que é um direito delas.