Ainda bem que a mídia se acalmou, pois estava rolando um agenda-setting bizarro com a morte do Papa. Milhares que nunca tinham ouvido falar no nome do pontífice andavam com Karol Wotija pra todos os lados. Conversas que antes eram preenchidas com um simples "Fernandão um a zero de cabeça" já traziam mil especulações em torno do papado, último e próximo. Entre mensagens de apoio, pedidos de beatificação e missas na frente do Olímpico, só tenho uma coisa a dizer: Que não me venham com um Papa gaúcho.
O Brasil já tem problemas demais para comportar um pontífice local. Não basta a Daiane dos Santos e a campanha "sou brasileiro e não desisto nunca" pra causar comoção geral? Imaginem as massas saíndo na rua, chorando, e pedindo aos céus o fim da seca, da pobreza e uma fézinha no bicho. Isso sem falar nas manchetes.
Vejo o Diário Gaúcho saíndo com "A gente já sabia", em letras garrafais, tão logo surgisse a fumaça branca sobre o Vaticano. Também não faltariam "Papa come churrasco" ou "Pontífice confessa predileção pelo Inter", além de cadernos e mais cadernos contando a sua infância, uma senhora de Nova Friburgo que afirma ter sido o seu primeiro amor, e o escândalo da sobrinha do pontífice que sonha posar nua para a Playboy.
Simplesmente não funciona.