Não consigo me livrar da imagem de Margarita Terekhova (que faz o papel da Natalya e da mãe de Aleksei em O Espelho) caminhando por um aposento vazio. Água jorra pelo teto, levando consigo pedaços do forro que caem sobre sua cabeça. Ela passa em câmera lenta, sentimento de angústia estampado no rosto.
Acho que o Tarkovsky gostava de água em interiores, pois a cena final de Solaris também é marcante. Quando Khris Kelvin "retorna" à Dacha, encontra sua casa praticamente inundada. Seu pai está do lado de dentro, folhando e arurmando livros, abstraíndo completamente a chuva que cai sobre sua cabeça. Situação que mostra que aquilo não passa de uma simulação da mente de KK, completamente imerso no delírio provocado pelo planeta-oceano.
Preciso assistir os outros filmes pra ver se cenas semelhantes são constantes. Tentei comprar as caixas de DVDs que foram lançadas recentemente, mas os R$160 por cada (são três) me impediram. Enquanto isso bem que eu podia retomar a leitura de Esculpir o Tempo...