Geralmente tento abstrair a cerimônia do Oscar, suas piadas sem graça e apresentações musicais insuportáveis, mas a transmissão de ontem pelo SBT é ao menos digna de um breve comentário.
Boa? Claro que não, péssima, e com momentos hilários, a começar pela enviada especial da emissora à Los Angeles. Espremida junto à grade de proteção, certamente por não portar as devidas credencias para transitar no tapete vermelho, atacou a produção do Cidade de Deus. Perguntou para todos qual era a emoção de estar ali, mas depois não sabia o que falar - ao fundo ouvíamos o próprio câmera dizendo 'pergunta mais coisa', 'fala sobre o prêmio'. Estabanada, interrompia a fala do Meirelles para cutucar Daniel Rezende e dizer que o pessoal no Brasil congratulava-o pelo seu trabalho.
Não que a moça que estava apresentando no estúdio soubesse muita coisa além de perguntar se o CDD tinha chances de levar alguma estatueta, mas enfim, vamos combinar que ela só estava lá por ser loira - afinal toda transmissão desse gênero imprescindivelmente precisa de uma loira.
Durante o intervalo éramos agraciados com mais do bom jornalismo no camarote da Brahma. 'Fala que a Brahma incentiva o cinema, fala vai...' suplicava Babi ao entrevistar Fábio Barreto.
Será que preciso comentar que a transmissão era toscamente dublada? Acho que não.
De resto fui dormir depois da entrega do prêmio de melhor edição. Não por estar torcendo pela única chance de um filme nacional, mas porque a edição do Retorno do Rei é realmente RUIM: transições toscas, erros de continuidade nos cortes das batalhas e recortes muito mal feitos. Poxa, e isso que estava concorrendo com o Walter Murch (Cold Mountain), que é considerado o GURU da edição. Ali vi que a palhaçada ia rolar solta pro Senhor dos Anéis. Maldita academia.
E alguém sabe que instrumento era aquele que o Sting estava tocando?