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Porque vertigo.

"Por que você tem um blog" parece uma pergunta simples. De relance pode ser facilmente respondida recorrendo ao não-sentido generalizado ou qualquer outra piadinha infame. Simples. Morbidamente simples.

Alguns colegas insanus utilizaram-se desse caminho, preenchendo com uma lacuna ainda maior o inquerido, porém não sei até que ponto devo criticá-los ou elogiar o desprendimento com o ato. Afinal o que resulta desse processo é um conteúdo belíssimo, daqueles que tenho orgulho de mostrar pra minha avó e dizer 'ó, esses aqui são meus amigos'.

O sentimento de comunidade, ou pelo menos de tentar mobilizar uma nesse antro virtual, me leva a sentar a bunda todo dia na frente do nosso dinossauro azul (vocês nunca viram o dinossauro?). Mas obviamente o vertigo também existe para saciar outros fetiches, de preferência longe de parapeitos e demais locais onde tudo fica mais leve.

Concordo com o Antenor (que por motivos alheios à minha insistência resolveu juntar-se à discussão de capa) quando ele diz que não quer viver sua existência com constantes olhos de blogueiro. Daquelas onde é impossível ler, assistir ou freqüentar qualquer lugar sem ficar com uma vontade louca de escrever imediatamente. Deixa eu aproveitar os meus momentos, é a única saída possível.

Assim, já tentei matar o blog várias vezes, ou reformular a sua estrutura para que os meus esporádicos posts parecessem só uma jogada de estilo. Não colou, obviamente, e hoje em dia tento manter uma relação mais saudável com o mesmo.

Acho que o que não quero é me livrar completamente da possibilidade. Além de ser um estímulo para escrever (como bem lembrou o Bituca, algo que a Fabico não faz), posso aproveitar e divulgar algumas idéias entre as vinte e poucas pessoas que passam por aqui todos os dias - e que sei que volta e meia se interessam em tocar projetos semelhantes.

Meu primeiro blog, criado com alguns amigos lá pelos idos de 2000, se chamava Apenas Um Blog. Não tinha nenhuma pretensão, muito menos relevância. Em épocas em que ter um blog realmente não significava muita coisa, ele era apenas isso. Ah, mas essa história fica pra outro dia, ainda estou tentando descobrir o porquê de um metablog.