O novo formato deste blog abre precedência pra que ele seja justamente isso, simplesmente um blog. Isso me da a liberdade de, de uma hora pra outra, sair de divagações sobre fractais e propriedades emergentes e vagar pelas mais pessoais das publicações (sim Cisco, eu sei que estou devendo o post sobre o ID).
Nesse campo, vejo que o ápice é a letra de música. No Vertigo que agora se torna o meu diário colado na janela da rua, a música não diz absolutamente nada pro espectador de fora. Ou melhor, grita aos olhos de todos uma sensação que só eu estou tendo com a canção, tentando encontrar consolo naqueles que possam vir a vislumbrar nem que seja o ínfimo sentimento comum. Só para então sentar de canto e assoviar qualquer verso seu.
Isto é, sem entrar nos méritos da música ser um ótimo enchedor de linguiça.
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Ausencia
Cesaria Evora canta Goran Bregovic, da trilha de Underground, do iuguslavo Emir Kusturica.
Ausencia, ausencia
Si asa um tivesse
Pa voa na esse distancia
Si um gazela um fosse
Pa corrê sem nem um cansera
Anton ja na bo seio
Um tava ba manchê
E nunca mas ausencia
Ta ser nôs lema
Ma sô na pensamento
Um ta viajà sem medo
Nha liberdade um tê'l
E sô na nha sonho
Na nha sonho miéforte
Um tem bô proteçäo
Um tem sô bô carinho
E bô sorriso
Ai solidäo tô'me
Sima sol sozim na céu
Sô ta brilhà ma ta cegà
Na sê claräo
Sem sabe pa onde lumia
Pa ondê bai
Ai solidäo é um sina
Ausencia, ausencia