motivado pelo post de um tal de Milton Ribeiro e as repercussões na lista da FABICO
Acho que precisamos parar e ver qual o papel da Rádio da UFRGS. Será que ela está aí para agradar um seleto grupo de apreciadores da música clássica, ou teria a rádio uma importante função social. Sim, social, afinal estamos em uma universidade pública. Estaria ela atendendo essas necessidades?
Entendo que a RU deveria ser porta voz da universidade e da comunidade universitária. Antes de tudo transmitir conhecimento gerado aqui; usá-la como um veículo informativo e educativo, voltado para a comunidade. Mantê-la um "vitrolão" para peças raras da música clássica e erudita, no meu ver, não traduz a realidade da UFRGS, e não serve um papel social.
Se a RU tem um ótimo acervo de música clássica, é porque por décadas a preocupação foi apenas essa. Saliento que não falo em eliminar isso da programação, mas sim diminuir as suas fatídicas 13 horas diárias, modificando sua estrutura fechada e autoritária. Sim, isso vai deixar pessoas como o Sr. Milton Ribeiro um tanto indignadas. Talvez alguns até parem de escutar, mas muitos (eu inclusive) se tornarão ouvintes.
Quanto à participação dos alunos na rádio, acredito que seja algo indiscutível. É um espaço importantíssimo para nossa formaçao, e essencial também para mantê-la um veículo da comunidade universitária - não apenas de um ou outro setor (como ocorre com o jornal da universidade, que poderia muito bem ser chamado de jornal da reitoria). Se a qualidade do material produzido vem deixando a desejar, vamos então rever nossa formação na própria FABICO. Convenhamos que o modelo de rádio apresentado pelo Prof. Carlos Alberto Carvalho se distancía de uma realidade onde buscamos uma democratização dos meios de comunicação (pelo menos eu busco).
Não posso dizer que a rádio atualmente seja o primor (nem quase isso), pois muitas mudanças ainda são necessárias. Porém não podemos demonizar a Profa. Sandra de Deus por sua tentativa em torná-la uma rádio mais plural.